O setor de serviços é de extrema importância para a economia nacional e foi fundamental, durante a pandemia, para a sobrevivência de muitas empresas – que expandiram suas atividades na área – e para as pessoas no geral, que puderam continuar trabalhando. Em 2021, por exemplo, o segmento cresceu 10,9%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com a economia mundial voltando gradualmente ao seu “ritmo normal”, o setor tem ampliado ainda mais o seu potencial. No mês de maio, teve recorde na criação de empregos, ficando acima da média e obtendo 59,6 pontos, de acordo com o Purchasing Managers’ Index (PMI). O IBGE aponta que, somente de março até maio, foram abertas 152 mil vagas de emprego, principalmente, nas áreas de transporte, armazenagem e entregas.
No entanto, mesmo com o grande potencial de mercado, o setor ainda enfrenta um grande desafio: encontrar mão de obra especializada. O obstáculo é ainda maior quando falamos de serviços industriais, os quais estão inseridos em uma área de constantes avanços tecnológicos que exigem profissionais atentos às mudanças e flexíveis com as novas formas de digitalização.
Papel das empresas na capacitação profissional
Desde 2020, vem ficando mais evidente a ideia de que as empresas precisam se modernizar e se tornar mais sustentáveis para obter seu espaço em um mundo bastante concorrido. Sem essas adaptações, fica praticamente impossível sobreviver a qualquer crise.
Segundo a pesquisa Agenda 2022, da consultoria Deloitte, 90% das companhias pretendem investir no treinamento e na formação de funcionários ainda neste ano. Essa foi a maneira encontrada por elas para responder à crescente necessidade por transformação digital e por sustentabilidade. O levantamento considerou organizações que faturaram R$ 2,9 trilhões até o fim do terceiro trimestre de 2021.
Entre as questões para as quais as empresas ainda estão buscando respostas, destaco essa: qual poderia ser a melhor forma de aplicar esse investimento em capacitação? Partindo dessa dúvida, acredito que os pontos mais importantes são o conhecimento do próprio negócio e, principalmente, do mercado de atuação. Dessa forma, é possível identificar os principais gargalos e o que é mais urgente.
Tendo isso definido, o próximo passo é traçar as ações de desenvolvimento, que podem ser voltadas para funcionários e para a sociedade em geral. É possível promover ações pontuais, como webinars ou seminários e, também, projetos pensados para longo prazo e até mesmo com um time dedicado. Exemplo disso são as mentorias – em que os especialistas com mais tempo de experiência ensinam aqueles que “chegaram agora” – ou cursos e treinamentos.
Há diversas opções que podem se encaixar em diferentes segmentos e tamanhos de empresas. Segmentos tecnológicos, em que as mudanças acontecem de forma muito rápida, as ações de desenvolvimento tendem a ser mais rápidas e recorrentes. Com isso, ajudam os profissionais a se manter atentos ao mercado e a cada nova necessidade que surge.
Investir em capacitação traz ganhos internos, mas, também, gera diversos impactos sociais, beneficiando segmentos e mercado de trabalho ao mesmo tempo. Para setores como o de serviços, que estão ganhando força, profissionais especializados são fundamentais para a continuidade dessa evolução. Com as empresas entendendo o seu papel nisso, as ações de desenvolvimento devem ganhar cada vez mais força.